terça-feira, 6 de setembro de 2016

Pastorais e movimentos sociais não podem estar a serviço de partidos, mas de causas, da vida.


primeiro Grito dos Excluídos foi realizado em 7 de setembro de 1995 e teve como lema: “A Vida em primeiro lugar”. A iniciativa surgiu das Pastorais Sociais a partir de uma ideia apresentada na Campanha da Fraternidade de 1994, mas só foi de fato realizado pela primeira vez em 1995. Portanto, é uma iniciativa genuinamente popular e de caráter civil/religioso.

Com o passar dos anos a iniciativa foi sendo apropriada por partidos tidos como de esquerda especialmente pelo Partido dos Trabalhadores. Esta apropriação levou ao esvaziamento da iniciativa e gerando muitas desconfianças quanto as verdadeiras intenções. Nós, das pastorais sociais e dos movimentos, fomos cada vez mais nos sentindo "menos" responsáveis pelo processo que passou a ser assumido pelo partido e pelas Centrais Sindicais. Assim, o que deveria ser um verdadeiro grito dos excluídos passou a ser no máximo um sussurro abafado por interesses alheios aos próprios excluídos e até alheios à vida mesma.

O povo, especialmente os jovens, se afastaram e assim permaneceram até 2013 quando finalmente o povo volta às ruas, sem partidos e sem sindicatos, para dizer "basta!" Foram 17 anos somente sussurrando e aguentando as consequências de uma escolha equivocada: apoiar partidos e não causas.

Estamos na véspera de mais um 07 de setembro, de mais um Grito dos Excluídos.  Pode ser a hora de voltarmos às ruas para exigirmos as reformas no campo da política, a defesa intransigente da vida e das causas. Também é chegada a hora de deixarmos as bandeiras partidárias e sindicais para assumirmos as bandeiras de lutas. O grito dos excluídos precisa voltar a ser dos excluídos, instrumento de defesa da vida e dos direitos dos excluídos.

Se você vai às ruas amanhã para "gritar" em favor da vida, em favor dos excluídos, deixe sua bandeira partidária em casa. Guarde-a para os comícios e eventos organizados pelo partido. Respeite o grito dos excluídos e demonstre solidariedade às pessoas realmente necessitadas e excluídas de nossa sociedade. Ajude a transformar os "casos em causas" e permita aos excluídos tomarem posse de seu protagonismo na história.

Lembre-se, o grito é dos "Excluídos" e em favor destes.

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