segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Relatoria do Direito Humano ao Meio Ambiente denuncia violações de direitos na economia verde do Acre


(...) as iniciativas relacionadas à economia verde tendem a relativizar as reais causas da degradação, penalizam as populações historicamente prejudicadas pelas injustiças sociais e ambientais; defendem instrumentos do mercado como as soluções para tais problemas; e transformam as crises ambientais em possibilidades de acumulação de capital, em detrimento dos direitos das populações e das necessidades de conservação ambiental.

Este é um dos trechos do recém lançado relatório, da Relatoria do Direito Humano ao Meio Ambiente, sobre violações de direitos no estado do Acre, produzido pela Plataforma DHESCA, intitulado ECONOMIA VERDE, POVOS DAS FLORESTAS E TERRITÓRIOS: violações de direitos no estado do Acre, onde são apresentadas provas cabais de que o discurso da economia verde, então apresentada pelo Acre como modelo a ser seguido, não passa de engodo e, no fundo, se constitui em gravíssimas violações de direitos. Além do que, apresenta o "mercado" como sendo o espaço para solução dos gravíssimos problemas ambientais e sociais, sempre penalizando os menos favorecidos, os empobrecidos.

A importância deste documento de alcance internacional, não se dá apenas pela sua aguda denúncia da farsa que nos é apresentada como solução, mas pelo fato de ter sido produzido com total isenção, fato raro neste estado onde tudo tem que passar pelo crivo e aprovação do governo do empreendedorismo. Além disso, o relatório é como que uma flecha apontando para o coração do modelo baseado em mentiras, omissões, falta de diálogo e das falsas soluções. Flecha que segue em disparada para Paris, França, onde ocorrerá a COP 21 (Conferência do Clima 2015) e onde a farsa do modelo do Acre cairá completamente.

É de fundamental importância neste momento que pessoas de boa vontade e realmente preocupadas com o futuro do planeta e, seguramente de seu próprio futuro, se juntem neste grande esforço de denunciar o avanço sobre o que ainda resta de bem comum neste novo momento de acumulação do capital. Não tenhamos ilusões, o único interesse desses governos e empresas é seguir acumulando, de um lado o poder e de outro as riquezas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário