terça-feira, 11 de agosto de 2015

Governo quer rever marco jurídico que regulamenta a demarcação de terras indígenas como forma de "superar a crise"

Pode parecer piada, mas é na verdade mais um deboche do governo, incluindo os três poderes. 

Esta semana, segunda feira, dia 10, o presidente do Senado, Renan Calheiros, levou à presidente Dilma uma série de propostas para "superar a crise" em que o governo está mergulhado e nos mergulha também juntos e cada vez mais. As propostas não foram, ao meu ver, suficientemente discutidas pelos movimentos sociais e associações de classes, como por exemplo os sindicatos que estão mais preocupados em organizar o contra ataque às manifestações convocadas para o dia 16.

Entretanto, as propostas são gravíssimas e criminosas quando ferem direitos constitucionais e direitos fundamentais como o direito à saúde e à assistência.

Reproduzo a seguir os principais pontos que foram divulgados nos meios de comunicação. Particularmente na página do Jornal do Brasil

Os pontos principais:

Melhoria do ambiente de negócios
- Segurança jurídica dos contratos: blindar as legislações de contratos contra surpresas e mudanças repentinas. Essa blindagem colabora para proteger a legislação das PPP, por exemplo, item relevante nestes tempos em que o País necessita de mais investimentos privados.
- Aperfeiçoar marco regulatório das concessões, para ampliar investimentos em infraestrutura e favorecer os investimentos do Programa de Investimentos em Logística do Governo (PIL).
- Implantar a “Avaliação de Impacto Regulatório”, para que o Senado possa aferir as reais consequências das normas produzidas pelas Agências Reguladoras sobre o segmento de infraestrutura e logística.
- Regulamentar o ambiente institucional dos trabalhadores terceirizados melhorando a segurança jurídica face ao passivo trabalhista potencial existente e a necessidade de regras claras para o setor;
- Revisão e implementação de marco jurídico do setor de mineração, como forma de atrair investimentos produtivos.
- Revisão da legislação de licenciamento de investimentos na zona costeira, áreas naturais protegidas e cidades históricas, como forma de incentivar novos investimentos produtivos;
- Revisão dos marcos jurídicos que regulam áreas indígenas, como forma de compatibilizá-las com as atividades produtivas.
- Programa de estímulo ao desenvolvimento turístico aproveitando o câmbio favorável, e a realização de megaeventos.  
- Incluir a eliminação de vistos turísticos para mercados estratégicos, a simplificação de licenciamento para construção de equipamentos e infraestrutura turística em cidades históricas, orla marítima e unidades de conservação.
PEC das Obras Estruturantes – estabelecer processo de fast-track para o licenciamento ambiental para obras estruturantes do PAC e dos programas de concessão, com prazos máximos para emissão de licenças.   
- Simplificar procedimentos de licenciamento ambiental, com a consolidação ou codificação da legislação do setor, que é complexa e muito esparsa. 
Equilíbrio Fiscal
- Reformar a Lei de Licitações – Projeto da Senadora Kátia Abreu – PLS 559/13.
- Implantar a Instituição Fiscal Independente.Aprovar a Lei de Responsabilidade das Estatais, com vistas à maior transparência e profissionalização dessas empresas.
- Aprovação em segundo turno da PEC 84/2015, que impede o Governo Federal de criar programas que gerem despesas para Estados e Municípios e DF, sem a indicação das respectivas fontes de financiamento.
- Regulamentar o Conselho de Gestão Fiscal, previsto na LRF.
- Reforma do PIS/COFINS, de forma gradual com foco na “calibragem” das alíquotas, reduzindo a cumulatividade do tributo e a complexidade na forma de recolhimento.
- Reforma do ICMS (convergência de alíquotas) e outras medidas a serem sugeridas pela Comissão Mista do Pacto Federativo.
- Medidas para repatriação de ativos financeiros do exterior, com a criação de sistema de proteção aos aderentes ao modelo.
- Revisar resolução do Senado que regula o imposto sobre heranças, sobretudo quanto ao teto da alíquota, levando-se em conta as experiências internacionais  (convergir com média mundial – 25%).
- Favorecer maior desvinculação da receita orçamentária, dando maior flexibilidade ao gasto público. 
- Estabelecer um TAC Fiscal para “zerar o jogo” e permitir melhor gestão fiscal futura.
- Ampliar idade mínima para aposentadoria, mediante estudos atuariais e levando-se em conta a realidade das contas da previdência social.
- Proposta para reajuste planejado dos servidores dos 3 Poderes, de maneira a se ter uma previsibilidade de médio e longo prazo dessas despesas.
- Priorizar solução para o restos e contas a pagar. 
Proteção Social
- Condicionar as alterações na legislação de desoneração da folha e o acesso a crédito subvencionado a metas de geração e preservação de empregos.
- Aperfeiçoar o marco jurídico e o modelo de financiamento da saúde. 
- Avaliar a proibição de liminares judiciais que determinam o tratamento com procedimentos experimentais onerosos ou não homologados pelo SUS.
- Avaliar possibilidade de cobrança diferenciada de procedimentos do SUS por faixa de renda. 
- Considerar as faixas de renda do IRPF.
- Compatibilizar os marcos jurídicos da educação às necessidades do desenvolvimento econômico e da redução das desigualdades.
- Compatibilizar a política de renúncia de receitas, no orçamento público, à obtenção de resultados positivos no enfrentamento das desigualdades regionais e na geração de emprego e renda (trata-se de determinação constitucional).

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