sábado, 2 de março de 2013

Povo Zapoteca expulsa mineradora de Tetipac


Entre gritos de "Viva Zapata!” e sons de caracol, centenas de cidadãos, homens e mulheres deste povoado zapoteco dos Vales Centrais, decidiram em Assembleia Geral expulsar a companhia mineira Plata Real, filial da canadense Linear Gold Corporation, pela contaminação causada em seus lençóis freáticos durante os trabalhos de exploração em seu território.

Além disso, desconheceram ao presidente do Comissariado de Bens Comuns, Marcelo Fructuoso Martínez, por confabular com a empresa mineira para estender um novo convênio por mais cinco anos e permitir assim o desenvolvimento de mais trabalhos.

Também determinaram fechar os acessos desta municipalidade para evitar a entrada de trabalhadores e pessoas técnico da companhia mineira.

"Que larguem o povo!”, "Não queremos a mina!”, "Queremos água limpa, não contaminação!”, gritaram os cidadãos durante a Assembleia Geral, onde participaram dezenas de oradores tanto em zapoteco como em castelhano. Os moradores também ameaçaram em expulsar a Fructuoso Martínez e fechar sua casa, assim como extrair o maquinário da companhia mineira do terreno onde se encontra armazenada.

De acordo com um informe da Secretaria de Economia, a Direção Geral de Regulação Mineira outorgou em 6 de setembro de 2007 a concessão 230489 intitulada "O Doutor” para a empresa Plata Real, para exploração e aproveitamento de ouro e prata em uma superfície de nove mil 653 hectares de terras comuns de Magdalena Teitipac, até 5 de setembro de 2057.

Em troca, a filial da canadense Linear Gold Corporation se comprometeu em entregar uma contraprestação de 15 mil dólares durante os dois primeiros anos de vigência e 20 mil nos anos seguintes.

O prefeito, Joaquín Gómez Aguilar, disse que a Assembleia Geral determinou expulsar a companhia mineira porque os trabalhos de exploração causaram grave contaminação no rio e nos lençóis freáticos da comunidade, pelo uso de cianuro, arsênico e mercúrio.

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