domingo, 4 de novembro de 2012

A quem interessa possa


Response to Sr. Beto Borges, Forest Trends:

1) As a stakeholder in the business involving REDD in the Brazilian Amazon, via Forest Trends, Mr. Beto Borges speaks for organizations "that have been working on behalf of indigenous communities," as he states in his note. It is presumed that he has been authorized to do so. Nevertheless, his status as a representative of those who "speak on behalf of other intermediaries" does not grant him the right to determine the legitimacy of voices that dissent against the interests he represents. This is what he does when he "suggests" consulting with "those who speak on behalf of" and not those who speak from the communities and indigenous peoples affected by the financialization and commodification of the commons, as is the case of Ninawa.

2) The representative of Forest Trends and those who "speak on behalf of other intermediaries" recognize that there has been deadlock in the demarcation of indigenous lands in Acre, but say that this fact has no relation with REDD, and conclude that "In fact, there is no REDD in Acre yet." It is worth noting, first, that he does not present arguments supporting the assertion that there is no relation between the stoppage of demarcation of indigenous lands and REDD, and secondly, the questionable assertion that "there is no REDD in Acre yet." In fact, all of the legal procedures towards the institutionalization of REDD are being taken, such as the approval of the SISA Law, the creation of the Office of Climate Change for managing REDD in Acre, and the agreement between the governments of California, Chiapas and Acre, among others.

3) The representative of Forest Trends and those who "speak on behalf of other intermediaries", "forgot" to mention that, in those 7.8 million hectares of "protected areas", accelerated logging plans are in progress via "sustainable forest management plans-PMFS". (Logging in Acre jumped from 300,000 cubic meters in 1998 to 1 million cubic meters in 2011, 90% of it extracted in areas with PMFS). Moreover, in the National Park of Serra do Divisor the process of oil exploration has already been initiated and will produce enormous destruction.

4) The representative of Forest Trends and those who "speak on behalf of other intermediaries", mention the existence of "other powers" interested in the stoppage of demarcation of indigenous lands, but without further explanation. We assume that it is not through ignorance, as he says he has "worked with indigenous communities in the Amazon Brazil in the last 25 years and is very involved in local community organizations in Acre and other parts of the Amazon." If it is not through ignorance, there must be another reason. In the case of Acre, for example, among those "other interests", we could name agribusiness of extensive cattle ranching or logging and timber exploration. As shown in the "Dossier Acre" (http://port.pravda.ru/news/science/04-10-2012/33777-acre_mercados-0/) 6.5 million hectares of land in Acre are concentrated in the hands of 580 large landowners, and a substantial part of these support and have their interests represented by the government of Acre. For this reason, Sr. Borges’ choice to omit mentioning them becomes more comprehensible. Moreover, these "landlords" in Acre also participate in initiatives aimed at the deregulation of the Forest Code in Brazil, and they incorporate "offset mechanisms" in their efforts to continue destroying the natural commons. This reveals one more contradiction that the representative of Forest Trends and those who "speak on behalf of other intermediaries," must face: how to call up a "battle" against their own allies in Acre?

Elder de Paula Andrade - Associate Professor at the Federal University of Acre
Lindomar Padilha - Coordinator CIMI-Western Amazon
Michael F. Schmidlehner - Jornalista independente
Rio Branco, Acre November 2, 2012


RESPOSTA AO SR BETO BORGES DA FOREST TRENDS

Como parte interessada nos negócios envolvendo REDD na Amazônia brasileira, via  Forest Trends, o sr Beto Borges fala em nome das organizações “que vêm trabalhando em nome das comunidades indígenas”, como afirmou em sua nota. È presumível que tenha sido autorizado para isso. Todavia sua condição de representante dos que “falam em nome de outros intermediários” não o credencia para decidir   a respeito da legitimidade de vozes dissonantes dos interesses por ele representados. È isso que faz quando “sugere” a consulta aos “qu e falam em nome de” e não aos que falam desde as comunidades e povos indígenas afetadas pela mercantilização e finaanceirização dos bens comuns, como é o caso de Ninawá.

2)      O representante da Forest Trends e dos que “falam em nome de outros intermediários” reconhece que houve paralização na demarcação de terras indígenas no Acre, todavia diz que não há rela ção desse fato com REDD e conclui que “Na verdade, não há REDD no Acre ainda”. Cabe destacar, em primeiro lugar, que  ele não apresenta argumentos que fundamentem que  não há relação da paralisação de demarcação de terras indígenas com REDD e em segundo lugar mente ao afirmar que “não há REDD no Acre ainda”. Todos os procedimentos jurídicos legais voltados para tal institucionalização estão sendo tomados, como aprovação da Lei SISA, criação do Instituto de Mudanças Climáticas para gerenciar o REDD no Acre, acordo firmado entre governos da California, Chiapas e Acre,  entre outros.

3)    O representante da Forest Trends e dos que “falam em nome de outros intermediários”,  ”esqueceu” de mencionar que naqueles 7,8 milhões de hectares de “áreas protegidas” estão em andamento processo acelerado  de exploração florestal madeireira via “planos de manejo florestal sustentável-PMFS” ( a extração de madeira no Acre saltou de 300mil m3 em 1998 para 1 milhão de m3 em 2011, 90% dela extraída em áreas com PMFS). Ademais, no Parque Nacional da Serra do Divisor já está sendo iniciado o processo de exploração de petróleo que produzirá enorme destruição.

4)      O representante da Forest Trends e dos que “falam em nome de outros intermediários”,  mencionou a existência de “outros poderes” interessados na n ão demarcação de terras indígenas, mas não os explicitou. Supomos que não seja por desconhecimento, dado que ele afirma  que tem “trabalhado com as comunidades indígenas da Amazônia

brasileira nos últimos 25 anos e estou muito envolvido com organizações comunitárias locais no Acre e em outras partes da Amazônia”. Se não é por desconhecimento deve haver outra razão. No caso do Acre, por exemplo, entre  esses “outros interesses” poderíamos nominar o agronegócio da pecuária extensiva de corte e exploração madeireira. Conforme   mostrado no “Dossiê Acre” (http://port.pravda.ru/news/science/04-10-2012/33777-acre_mercados-0/) 6,5 milhões de hectares de terras estão concentradas nas mãos de 580 grandes proprietários rurais e parte substancial deles apóiam o governo do Acre e tem seus interesses representados nele. Por esta razão, torna-se mais compreensível a opção de Sr Beto Borges em omiti-los. Ademais, estes “senhores da terra” no Acre participam também  das iniciativas voltadas para  desregulamentação  do código florestal no Brasil, eles incorporaram “mecanismos de compensação” para continuarem destruindo os bens naturais. Uma contradição a mais que orepresentante da Forest T rends e dos que “falam em nome de outros intermediários”,   teria que enfrentar: como convocar uma “batalha” contra seus aliados no Acre?

Elder Andrade de Paula – Professor Associado da Universidade Federal do Acre
Lindomar Padilha – Coordenador CIMI- Amazônia Ocidental
Rio Branco-Acre 2 de novembro de 2012

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