quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Jeferson e PT : Qualquer semelhança não é mera coincidência.


Ontem o mensaleiro Roberto Jeferson publicou em seu blog o texto a seguir:

“Carpideiras se preparam”

“Na mesma linha dos que querem pegar carona no protestos dos grevistas, dirigentes do MST, de associações de agricultores reunidas na Contag, índios e quilombolas representados pela Conag, além de outros movimentos, pretendem reeditar no campo as mobilizações vistas em Brasília e outras praças. Eles reclamam contra o que chamam de "inoperância" de Dilma em relação a políticas públicas de agricultura familiar e reforma agrária, e consideram que Lula teve mais sensibilidade que a atual presidente nas questões do campo. Em outro grau de comparação, afirmam que o ex-presidente "dialogava mais com a sociedade". O diálogo a que se referem é a conversa entre o caixa do Tesouro e o das entidades. Como os tempos são outros, choram com saudade de Lula.”

Pelo jeito todo mundo chora com saudade de Lula, principalmente os mensaleiros incluindo, claro, os dirigentes partidários que sempre se prestaram a ser comprados pelo dinheiro público. Além disso, quem não sabe que as principais entidades da sociedade civil que receberam e recebem recursos do Governo são justamente as ligas ao PT? De quanto foi a venda do PTB 14 de Jeferson para o PT 13 de Lula? 4 milhões e meio? Mais? Não tem jeito. Merda fresca é melhor não mexer! E disso a cúpula do PT sabe. Tanto que os candidatos do PT nas capitais são rigorosamente ilustres desconhecidos da população, assim como foi Dilma para a presidência. Porque? Claro que para desvincular seus nomes do maior escândalo de corrupção nunca (jamais) visto na história deste país.

Para o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, os partidos e os mensaleiros formam uma verdadeira “quadrilha”. E é essa quadrilha que quer pousar de “ingênuas freiras”? 

"Temos uma quadrilha que é extremamente arrogante", disse o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, após o final da sessão do STF que julga o mensalão na sexta-feira (3). Ao encerrar sua exposição, o procurador disse que foi "atacado" após ter feito as alegações finais. “Jamais enfrentei nada sequer comparável à onda de ataque a partir do momento que aleguei acusações finais”, disse no tribunal.

A postura dos partidos mensaleiros de, nestas eleições, apresentarem candidatos desconhecidos, que fazem o papel sujo de verdadeiros “laranjas” de nossa fétida política partidária, me faz lembra o ex-ministro Rubens Ricupero que certa vez deixou vazar o que essa gente realmente faz: "Eu não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde". E olha que o sujeito autor da frase era ministro justamente da fazenda.

A jogada dos “sem escrúpulos” parece ser bastante conhecida mas as autoridades não dispõem, ao que parece, de meios para barrar a farra. Nas eleições majoritárias e se elege alguém que em tese não tem nada a ver com as maracutaias praticadas anteriormente, sempre para cargos executivos, que executam o orçamento. Assim os verdadeiros “donos” das legendas ficam livres para continuarem recebendo seus lucros no “negócio”. Para “acalmar” os ânimos do parlamento (em qualquer um dos níveis) o executor do orçamento repassa parte deste lucro aos parlamentares através de recursos ($$) propriamente dito e através de cargos, de acordo com o valor acertado e segundo a “lei do mercado”.

Entretanto, antes mesmo das eleições já se faz um estudo de como garantir que o parlamento não mude de opinião. Pronto, a saída é recorrer a importantes corporações, sindicatos e igrejas que possam representar o papel de “baluarte da moralidade”. Isso explica porque nas campanhas eleitorais estes cargos (parlamentares) são disputados por representantes desses setores. Vejam, agora mesmo nestas eleições municipais, nas capitais (e no Acre nunca foi diferente) o número de candidatos a vereadores ligados à alguma igreja, fato raríssimo quando declaram o nome da agremiação religiosa a que dizem pertencer, seja como pastor ou apenas se declarando “evangélico” ou ainda como sendo policial, sargento, professor... Pessoas que em tese seriam “confiáveis”. Só que não precisam ser confiáveis para nós, eleitores. Precisam ser confiáveis para os donos das legendas, os coronéis travestidos de moderninhos. As cercas dos currais de hoje já não são de madeira e moirões. São de celulares corporativos, cartões igualmente corporativos, e-mails, twitter, facebook, cargos e graças (todas as graças). Quando o lucro é entendido como “graça” o roubo passa a ser “bênção” ou quando muito “não declarado”.

Mas não precisam chorar, digo. Lula não se foi e ainda deixou seus filhotes e a quadrilha continua forte e atuante. Também continua o diálogo entre o caixa do tesouro, o caixa das entidades, o caixa dos coronéis donos dos partidos e dos currais eleitorais e o caixa dos ilustres desconhecidos candidatos laranjas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário