domingo, 28 de agosto de 2011

Jorge Viana Critica os "Jaminawa" em rede nacional


Neste video, o ex-governador e agora senador pelo PT do Acre, Jorge Viana, conhecido por se apresentar como criador do modelo administrativo apelidado de "florestania", em oposição à cidadania, onde supostamente incluiria os habitantes da floresca, como seringueiros e indígenas, mostra que não tem muita proximidade com os povos indígenas do Acre.

O vídeo foi gravado do programa Assunto de Estado, exibido pela TV Senado, mas só agora publiquei aqui no blog e no You Tube. Demorei a publicar porque fui primeiro ouvir a posição dos "Jaminawa".

Coloco Jaminawa entre parênteses porque na verdade não se trata de um povo só. Os Chamados Jaminawa, são na verdade quatro grandes famílias distinta entre sí, mantendo quase que a mesma língua, há apenas diferenças dialetais.

Esses índigenas não possuem território demarcado, ao contrário do que quer fazer crer o Senador. Não possuem nenhuma assistência, ou quase nenhuma, do poder público. Há muito tempo estamos denunciando a situação de abandono vivida por aqueles indígenas e nenhuma providência foi tomada. Recentemente o Cimi entrou com um pedido junto ao Ministério Público Federal para que este obrigue a Fumai a demarcar as quatro terras indígenas destinadas a eles.

O processo de demarcação de terras no Estado do Acre está paralisado justamente desde o tempo em que Jorge Viana era governador. A pergunta que temos que fazer ao ex-governador é: porque os processos de demarcação de terras indígenas no Estado do Acre foram paralisados?

A Funai, no Acre, continua inoperante e servindo apenas como espaço para políticas menores com profunda ingerência de setores ligados diretamente ao governo do Estado. Enquanto isso, os indígenas se encontram em abandono nos mais diversos setores:

Saúde: Há quase um ano lideranças indígenas de diversos povos estão acampadas na sede da Funasa, em Rio Branco sem serem ouvidos e sem terem suas reivindicações, justas, implementadas. O poder público, Funasa, prefeituras e conveniados, é acusado pelos indígenas de desvio de verbas destinadas à saúde indígena além de má gestão.

Educação: As escolas estão abandonadas, principalmente as que ficam nos altos rios, longe da vista dos formadores de opinião. Recentemente ganhou visibilidade o estado de abandono das escolas do Alto Rio Envira, escolas dos povos Ashaninka e Madjá. Além disso, há a desassistência pedagógica. Este abandono da educação é objeto de ação do Ministério Público Federal.

Produção: Não há nehum programa de assistência à produção e menos ainda destinado ao transporte da produção. O que ocorre quase sempre é que as prefeituras, mais próximas da comunidade e que depende dos produtos produzidos na terra indígena, fornecem barcos mas que não são entendidos dentro de um programa mais amplo e duradouro.

Demarcação e defesa de território: Como já disse, todos os processos que visam a demarcação de terras indígenas no Estado do Acre estão paralisados desde o governo do Jorge Viana. Para piorar, quase todas as terras já demarcadas se encontram invadidas e não há nenhum programa que vise a segurança das terras e menos ainda da população que habita estas terras.

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