terça-feira, 31 de maio de 2011

Crimes, Ruralistas e impunidade

Ruralistas vaiam anúncio de morte 
Era perto das 16h (25/05) quando uma cena grotesca aconteceu no plenário da Câmara dos Deputados. O líder do Partido Verde, José Sarney Filho, lia uma reportagem sobre o extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva, brutalmente assassinado pela manhã no Pará, junto com sua mulher Maria do Espírito Santo da Silva, também uma liderança amazônica. Ao dizer que o casal que procurava defender os recursos naturais havia morrido em uma emboscada, ouviu-se uma vaia. Vinha das galerias e também de alguns deputados ruralistas. 
A indignidade foi contada no Twitter e muito replicada. "Foi um absurdo o que aconteceu", diz Tasso Rezende de Azevedo, ex-diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro. "Ficamos estarrecidos". 

Alípio Freire

Segue abaixo, no entanto, algo que não poderia adiar, pois não vi veiculado em nenhum veículo, seja da grande mídia comercial, seja do que chamamos de mídia popular e/ou independente: sem dúvida é intolerável que, além de seus pares terem mandado assassinar o casal Cláudio-Maria no Pará, os senhores ruralistas, depois de anunciado o crime no plenário da Câmara Federal, tenham se manifestado com vaias. 

Por muito menos (incomparavelmente menos, apesar dedeplorável), a deputada do Partido dos Trabalhadores e ex-prefeita de São José dos Campos, senhora Ângela Moraes Guadagnin, teve seu mandato cassado por falta de decoro parlamentar, em conseqüência do episódio que ficou conhecido como “A Dança da Pizza” – cena que até hoje pode ser encontrada no Google. 

Ou seja, não devemos apenas divulgar amplamente mais este crime (vaia) dos ruralistas, mas exigir junto aos senhores deputados (especialmente aqueles do Partido dos Trabalhadores e da suposta “base aliada”), a investigação rigorosa do episódio, e a cassação dos mandatos dos autores da manifestação. 

Quando representantes de um dos poderes da República aplaudem um crime (e o fazem oficialmente, pois no plenário da Câmara Federal), ultrapassamos todos os limites. E, acreditem, ainda não é o que se costuma dizer “o fundo do poço”. Até porque esse poço não tem fundo, exceto se tivermos força para colocar um. 

Peço a tod@ companheir@ que tenha acesso a deputados, que pressionem seus representantes nesse sentido, bem como aqueles que tenham contatos junto ao Executivo (sobretudo a ministros) que façam o mesmo.
Da minha parte, procurarei faze-lo. 
A ausência de medidas punitivas é cimplicidade. 
É ser cúmplice da legitimação e legalização da iniqüidade, é trasformar (escancaradamente e sem volta) que o Brasil não tem um Câmara Federal, mas um clube de celerados. 


Putabraço para tod@s, 


Alipio Freire Instituto Humanitas UNISINOS


Meu Comentário: O desdém, a arrogância e a falta total de escrupulo tem sido, infelizmente, uma marca entre os administradores e pessoas públicas deste país. Assim tem sido o tratamento aos defensores da Amazônia e sua gente. Vejam o caso da construção da hidrelétrica de Belo Monte (monstro). Lembro ainda  de uma fala do então presidente Lula sobre a transposição do São Francisco em que ele disse que a transposição estava sainda a pesar de certo bispinho fazer greve de fome. De fato chemaos ao fundo do poço.

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